Por que incluir riscos psicossociais no PGR?

Com a atualização da NR-1, toda empresa brasileira, independentemente do porte, passa a ser obrigada a avaliar e gerenciar os riscos psicossociais como parte integrante do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Essa medida, válida a partir de 26 de maio de 2025, tem como principal objetivo proteger a saúde mental dos trabalhadores e mitigar fatores de risco que impactam o bem-estar no ambiente corporativo.

Os riscos psicossociais representam uma nova fronteira para a segurança e saúde no trabalho, pois envolvem aspectos que vão além das condições físicas e estruturais — como o estresse excessivo, assédio moral, pressão por produtividade e falta de apoio organizacional.

Empresas que ignorarem essa diretriz estarão sujeitas a sanções legais, multas, e principalmente, a danos intangíveis relacionados à sua reputação e produtividade. Como destaca a In Focus Health, cuidar da mente também é cuidar da empresa — e isso começa com conformidade.


O que são riscos psicossociais?

Riscos psicossociais são fatores relacionados à organização do trabalho, cultura corporativa e interações interpessoais que podem gerar prejuízos à saúde emocional e mental dos trabalhadores.

Exemplos comuns incluem:

  • Carga de trabalho excessiva e prazos irrealistas

  • Falta de autonomia ou controle sobre as tarefas

  • Ambientes com conflitos interpessoais frequentes

  • Assédio moral, discriminação ou isolamento

  • Ambiguidade de papéis e comunicação falha

  • Falta de reconhecimento ou suporte por parte da liderança

Ao longo do tempo, a exposição contínua a esses fatores pode levar a quadros clínicos como burnout, ansiedade, depressão, aumento no absenteísmo e até turnover elevado.

Esse tipo de risco não é visível ao olho nu, o que exige ferramentas adequadas para mapeamento — algo que trataremos com mais profundidade na próxima geração.


Atualização da NR-1: o que mudou?

A nova redação da NR-1, promovida pela Portaria MTE nº 6.730/2024, estabelece que o PGR deve contemplar todos os tipos de risco que possam comprometer a saúde e segurança dos trabalhadores, incluindo os psicossociais.

Destaques da atualização:

  • A inclusão é obrigatória a partir de 26 de maio de 2025

  • A avaliação deve ser documentada, periódica e baseada em evidências

  • A empresa deve definir medidas preventivas e corretivas para esses riscos

  • O monitoramento contínuo passa a ser exigido

Essa mudança fortalece o entendimento de que a saúde mental é parte essencial da gestão de riscos e deve ser tratada com o mesmo rigor que riscos físicos ou químicos.


Etapas práticas para incluir riscos psicossociais no PGR

Para garantir conformidade com a NR-1 e, mais do que isso, proteger a saúde emocional dos colaboradores, a inclusão dos riscos psicossociais no PGR deve seguir um roteiro técnico estruturado.

Etapa 1: Diagnóstico preliminar

O primeiro passo é entender o cenário atual da empresa em relação à saúde mental no ambiente de trabalho. Para isso, utilize:

  • Pesquisas de clima organizacional

  • Surveys anônimos de percepção de risco

  • Entrevistas com grupos focais

  • Análise de indicadores como absenteísmo, turnover e afastamentos

Ferramentas como essas ajudam a identificar padrões de estresse e vulnerabilidade emocional em diferentes áreas da empresa.

Recomendamos visitar a seção de Serviços em Saúde Mental Corporativa da In Focus Health para conhecer soluções de diagnóstico psicossocial baseadas em evidência.


Etapa 2: Classificação e hierarquização dos riscos

Com os dados em mãos, é hora de mapear os riscos identificados de acordo com critérios de probabilidade, severidade e exposição.

Exemplos de classificação:

Risco IdentificadoProbabilidadeSeveridadeExposiçãoPrioridade
Sobrecarga de trabalhoAltaAltaAltaMuito Alta
Assédio moralMédiaAltaBaixaMédia
Falta de apoio da liderançaAltaMédiaAltaAlta

Essa classificação é essencial para definir medidas preventivas e corretivas proporcionais à criticidade de cada risco.


Etapa 3: Definição de medidas de controle

Após a análise de riscos, o PGR deve conter ações práticas para eliminar, reduzir ou mitigar os impactos dos fatores psicossociais mapeados.

Tipos de medidas:

  • Organizacionais: revisão de metas, redistribuição de carga de trabalho

  • Comportamentais: desenvolvimento de líderes empáticos, comunicação interna

  • Psicológicas: atendimento clínico, grupos de escuta, coaching terapêutico

  • Educacionais: treinamentos sobre saúde mental, autocuidado, inteligência emocional

Todas as ações devem ser registradas no PGR com prazos, responsáveis e indicadores de sucesso.


Etapa 4: Monitoramento e reavaliação contínua

Não basta implementar uma vez — o gerenciamento de riscos psicossociais exige revisões periódicas e indicadores de monitoramento contínuo.

Exemplos de indicadores:

  • Índice de absenteísmo emocional

  • Índice de engajamento

  • Participação em ações de saúde mental

  • Número de relatos de conflitos interpessoais

Este processo cria um ciclo de melhoria contínua e favorece uma cultura organizacional mais saudável e resiliente.

Exemplos de aplicação em empresas

A teoria só ganha valor quando aplicada na prática. Diversas empresas brasileiras já estão colhendo os frutos de incluir os riscos psicossociais no PGR, não apenas pela conformidade legal, mas também pelos impactos positivos no desempenho das equipes.

Caso 1: Redução de turnover em uma empresa de tecnologia

Uma organização do setor de TI apresentava altos índices de rotatividade e relatos frequentes de exaustão emocional. Após a aplicação de surveys e entrevistas internas, foram identificados os principais riscos psicossociais:

  • Sobrecarga de trabalho

  • Falta de clareza nas metas

  • Feedbacks ineficazes por parte da liderança

Com base nisso, foram implementadas medidas como:

  • Treinamentos de liderança empática

  • Redefinição dos prazos e metas

  • Sessões semanais de escuta ativa com RH

Em 8 meses, o turnover caiu 37% e o índice de satisfação interna cresceu significativamente.

Caso 2: Prevenção de afastamentos em instituição financeira

Neste caso, a organização passou a monitorar indicadores de absenteísmo emocional, com foco em áreas de maior pressão operacional. A análise apontou:

  • Isolamento dos colaboradores híbridos

  • Falta de canais de apoio emocional

  • Ambiguidade na comunicação gerencial

Foram criadas trilhas de autocuidado, encontros mensais com psicólogos e canais internos de suporte. O número de afastamentos por transtornos psicológicos caiu 42% em 12 meses.

Para conhecer mais sobre resultados reais, acesse o Portfólio de Projetos da In Focus Health.


Benefícios da inclusão estratégica dos riscos psicossociais

Além de atender à obrigatoriedade da NR-1, a inclusão dos riscos psicossociais no PGR traz benefícios consistentes e mensuráveis para qualquer organização que deseje evoluir sua cultura corporativa.

Benefícios principais:

  • Melhora do clima organizacional: Ambientes mais colaborativos e seguros emocionalmente

  • Redução de custos com saúde e afastamentos: Menor incidência de burnout, depressão e ansiedade

  • Engajamento sustentável das equipes: Times mais motivados e produtivos

  • Atração e retenção de talentos: Imagem positiva no mercado de trabalho

  • Mitigação de passivos jurídicos: Redução de ações trabalhistas relacionadas a assédio ou sofrimento psíquico

A prevenção deixa de ser apenas uma obrigação legal e passa a ser um diferencial estratégico de gestão de pessoas e negócios.

 

Consequências da não conformidade com a NR-1

A omissão na gestão de riscos psicossociais deixou de ser apenas uma falha ética ou de responsabilidade social. Com a atualização da NR-1, ela passa a configurar infração legal, sujeita à fiscalização, autuação e penalizações por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Principais riscos da não conformidade:

  • Multas administrativas por ausência de avaliação completa no PGR

  • Passivos trabalhistas por exposição a riscos emocionais não mitigados

  • Danos reputacionais em casos de exposição pública ou judicialização

  • Queda no engajamento e produtividade, afetando diretamente os resultados

Além disso, a falta de atenção à saúde mental pode abrir espaço para crises internas silenciosas, com impacto cumulativo no absenteísmo, afastamentos prolongados e clima tóxico.


Como a In Focus Health pode apoiar sua empresa

A In Focus Health é referência nacional na implementação de estratégias para gestão de riscos psicossociais em conformidade com a NR-1. Atuamos de forma integrada em todas as fases do PGR, oferecendo:

Nossas soluções especializadas:

  • Diagnóstico psicossocial baseado em dados reais

  • Consultoria técnica para elaboração e revisão do PGR

  • Programas corporativos de saúde mental com foco em prevenção

  • Treinamentos e workshops alinhados à nova legislação

  • Monitoramento contínuo de indicadores com relatórios estratégicos

Nosso time é formado por especialistas em saúde mental, segurança do trabalho e compliance legal. Nossos projetos são personalizados de acordo com o segmento, cultura e necessidade de cada empresa.

Se sua organização ainda não estruturou a inclusão dos riscos psicossociais no PGR, este é o momento ideal para agir com responsabilidade e visão estratégica.

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Conclusão

Incluir riscos psicossociais no PGR não é apenas atender à NR-1 — é elevar o nível de cuidado com as pessoas e transformar a cultura da sua empresa. Ao mapear, gerenciar e acompanhar esses riscos, organizações constroem ambientes mais saudáveis, produtivos e sustentáveis.

Cuidar da mente é cuidar do negócio. E o futuro exige empresas emocionalmente inteligentes.

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